segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Actividades da nossa Ludoteca

 Este ano vamos ter na Ludoteca as seguintes actividades:

·        Dia do pequeno cientista (uma vez por mês)
·        Dia dos jogos tradicionais (uma vez por mês)
·        Tarde de cinema (umas vez por semana...ver cartazes afixados na escola)
·        Dia da música (uma vez por mês)
·        Dia do Teatro (uma vez por periodo)
·        Outros… (consoante as propostas dos departamentos)

Segue-se uma breve descrição destas actividades:

Dia do pequeno cientista

Um dia por mês, haverá uma actividade designada por dia do pequeno cientista. Esta actividade é proposta pelo grupo de C.F.Q., que já a vem desenvolvendo esporadicamente, em articulação com as escolas do 1.º ciclo deste Agrupamento e  com o Colégio Teresiano.
Nesse dia, as turmas do 1º ciclo ou da pré escola dirigem-se à escola sede do Agrupamento para realizar actividades experimentais, ao ritmo de uma história, configurando uma actividade “Hora do Conto” com especial incidência na actividade experimental.
 Esta actividade tem como principais objectivos despertar o gosto pela ciência nas crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico, cativando-as em particular para a Química, de uma forma mais divertida que o habitual. O fascínio por aquilo que acontece num laboratório de Química pretende ser induzido através da execução de experiências no âmbito das reacções químicas, estimulando os sentidos da criança, numa associação com a aprendizagem significativa acerca do mundo que a rodeia.
Pretende-se igualmente, dar a conhecer aos alunos diversos materiais de laboratório, de uso mais comum, símbolos de aviso e de perigo que constam em alguns reagentes químicos, bem como formas de manusear estes materiais com a segurança necessária, de forma a transmitir já alguns conceitos científicos relacionados com a prática química laboratorial. No final, cada professora irá levar consigo um pequeno dossier com uma ficha de trabalho, onde os alunos poderão mostrar o que aprenderam em relação aos materiais de laboratório, uma série de protocolos com as experiências aqui realizadas, uma lista com os símbolos de perigo/aviso que lhes foram dados a conhecer e ainda uma lista de versos relacionados com a história da ciência. Pretende-se estimular assim a cultura científica na criança, através da rima, possibilitando-lhe aprender factos relacionados com as descobertas  científicas, como quem aprende uma tabuada ou uma lenga-lenga.
Dia dos jogos tradicionais

Vamos brincar com tradição! Às escondidas ou à apanhada, ao lençinho, ao pião, ao eixo, ao mata, com berlindes e caricas...aprender a dançar o vira e o malhão, brincadeiras de outros tempos que devemos trazer de novo às nossas crianças, numa recolha paciente dos jogos tradicionais do nosso país. Trazer à memória o encanto dos divertidos momentos da nossa meninice: as correrias desenfreadas, as gargalhadas, o riso e a fantasia...uma verdadeira caixa de recordações que sabe bem abrir.
Numa sociedade que vive uma profunda crise de valores, é urgente voltar a ensinar as nossas crianças a brincar duma forma criativa, livre, sem estar sujeita a brinquedos eléctrónicos que além de serem apenas propriedade de alguns, apenas promovem a inactividade física.
Trazer até às crianças de hoje os velhos jogos de ontem, é talvez a mais divertida lição de História que lhes podemos dar, levando-os à descoberta deste tesouro.
Os jogos tradicionais, transmitidos de geração em geração, são um valioso legado cultural, que importa preservar e dar a conhecer.

Tarde de cinema

Com esta actividade pretende-se dar a oportunidade aos alunos de assistir a filmes que não puderam assitir no cinema, quer por carência económica, quer por falta de oportunidade. A selecção de filmes, será feita com base em critérios de qualidade, relacionados com a chamada de atenção para problemas sociais como o racismo, a droga, a delinquência juvenil, a discriminação social de toda a ordem e outros cujo valor seja relevante.  As turmas deverão inscrever-se, indicando o género de filme pretendido (Drama, Comédia, Ação, Romance...etc)

Relativamente às outras propostas de actividade do mês, não me vou estender aqui, uma vez que outras pessoas estarão em melhores condições para promover e defender essas actividades. Cabe-me apenas abrir este espaço ao seu desenvolvimento, por considerar que são importantes na nossa escola e têm dado provas de captar o interesse de imensos alunos. Refiro-me ao clube dos cavaquinhos, ao clube de teatro, à nossa horta, etc...

Enfim, como conclusão, considero que compete a um projecto deste género, oferecer às crianças deste agrupamento, variadas actividades, que contribuam para o seu desenvolvimento, diversão e cultura. Espero obviamente, contar com a colaboração de todos os professores que prestam serviço neste espaço pois, sem o seu contributo, nada disto poderá ser concretizado.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ludoteca

Um dos aspectos mais importantes na vida quotidiana das crianças, está relacionado com a ocupação dos seus tempos livres.
A convenção Internacional dos Direitos da Criança é um documento de grande alcance social, político e cívico. Nela estão definidas intenções que devem ser implementadas pelos estados membros. É urgente tomar medidas ao nível do poder político envolvendo organizações não-governamentais, locais e a comunidade em geral, no sentido de implementar as recomendações que estão articuladas no seu artº 31 (Os Estados Partes reconhecem à criança o direito ao repouso e aos tempos livres, o direito de participar em jogos e actividades recreativas próprias da sua idade e de participar livremente na vida cultural e artística.), o qual consagra o direito da criança ao jogo e assume uma importância vital num tempo em que as mudanças sociais são enormes. Estas disposições não têm sido integralmente respeitadas pelas sociedades. 
É necessário compreender o impacto que as mudanças sociais acarretam nos quotidianos de vida e na socialização das crianças e dos jovens. De uma forma geral, existe alguma insensibilidade para as questões relacionadas com o jogo e a criança. Isto traduz-se numa fraca oferta de espaços bem dimensionados, com base em critérios de eficiência, segurança e correcção pedagógica, equilíbrio estético e de modo a que, sobretudo, proporcione prazer aos seus utentes prioritários – as crianças.
O conceito da importância do lazer das civilizações modernas requer uma profunda transformação das mentalidades. Basta referir a modificação da estrutura familiar tradicional, ao que acresce o desenvolvimento de cidades satélites com os inerentes problemas de transporte, a fragilidade das redes pré-escolar e escolar, a construção em altura sem que o espaço ganho seja tornado público e facilmente se compreende que se coloquem às crianças e adolescentes muito poucas opções desejáveis quanto à ocupação dos seus tempos livres.
O planeamento dos espaços de jogo não é exclusivo de nenhum profissional seja qual for o seu ramo. Deverá antes ser uma tarefa para uma equipa multifacetada e multidisciplinar de gente sensível a esta realidade.
Num mundo em que o núcleo principal de uma sociedade - a família - não funciona e não cumpre o seu papel socializador, no qual não existe a segurança necessária no exterior para que o jovem conviva com os seus pares e se socialize por essa via, é urgente que a Escola seja repensada e ofereça as oportunidades de que a população mais jovem carece.
 Se na realidade as escolas passam a ser também da responsabilidade das autarquias, não poderão estas colmatar o actual défice social que se verifica ao nível do lazer e da ocupação dos tempos livres, criando nas escolas espaços destinados ao lazer?
Numa economia pobre, as situações de carência são constantes e reais. As desigualdades são inevitáveis, fruto de uma estrutura social desequilibrada. Tudo isto vai determinar aquilo a que a criança tem ou não acesso. Na verdade, a escola devia tentar dar um certo equilíbrio a esta situação, proporcionando às suas crianças, aquilo que estas pedem quando sonham com uma escola à sua medida. É magnífico falar da interdisciplinaridade, como fundamental para a realização de aprendizagens efectivas, mas de que adianta pedir aos alunos para fazer os trabalhos A, B ou C em formato digital, com consultas nos sites X, Y e Z, ou em enciclopédias, se alguns chegam a casa e nem computador possuem? Porque não investir seriamente no equipamento das escolas, de forma a contornar essa desigualdade no acesso à informação, à tecnologia e aos espaços de jogo? Transformar a escola em algo atractivo para os seus alunos, poderia de alguma forma, retirar as crianças e os jovens de ambientes onde se praticam comportamentos desviantes.
A nossa realidade escolar é francamente triste, com todos a lutar para manter a “cabeça à tona da água”. Em alunos e professores, instalou-se uma enorme desmotivação, quer seja pelas condições de trabalho, pelos edifícios escolares onde se morre de frio ou de calor, pela carga lectiva semanal destinada aos curricula demasiado extensos, onde “tudo se perde” e nada ou pouco fica de essencial…
As escolas tentam colmatar estas carências através do desporto escolar, clubes de teatro, bibliotecas e ludotecas, entre outros…
As ludotecas são espaços recriativo-culturais pensados para as crianças e adolescentes, que possibilitam, através do jogo, o desenvolvimento da personalidade e cultura durante os tempos livres. Para isso, as ludotecas oferecem e estimulam o jogo, oferecendo às crianças e jovens os materiais necessários, bem como as orientações, ajudas e companhia que o jogo requer.
As ludotecas servem como solução para a falta de formação que os adultos têm acerca do jogo que é adequado para as suas crianças, assim como para o problema económico que muitas famílias apresentam, agravado por falta de espaço na rua e nas suas casas. O jogo é fundamental para a infância e adolescência, devendo ser utilizado como uma das principais ferramentas de intervenção educativa, social e cultural.